segunda-feira, 1 de março de 2010

5º Relatório do GESTAR II

Aos vinte e seis dias de setembro de 2009, às 8 horas, reunimos na E.M.E.F. Maria Lei Miranda Colares com o intuito de realizarmos a oficina 6 da TP3 e encerrarmos os estudos referentes à TP. Inicialmente fizemos a leitura da pauta e da leitura de fruição: “O perigo de mantermos os olhos nas circunstâncias”. Em seguida fizemos a leitura do objetivo da oficina que propunha momentos de reflexão e atividades que auxiliassem na prática pedagógica do professor. Na primeira parte em que os professores deveriam expor suas observações e críticas, sobre os assuntos e atividades propostas, estes relataram que os assuntos trabalhados na TP são bons, são os mesmos abordados nos livros didáticos, porém, a ênfase, a abordagem que se dá com relação ao tema e às atividades é que fazem a diferença no GESTAR. Enfocaram que um dos maiores problemas para realizarem o trabalho com base no GESTAR é a falta de estrutura/suporte das escolas para reprodução do material; a sobrecarga de trabalho dos professores e o fato de terem que priorizar outros conteúdos, como os da prova Brasil. Alguns professores disseram que com a realização dos avançando na prática em sala perceberam as dificuldades dos alunos em distinguir, por exemplo, sequências tipológicas descritivas, narrativas e argumentativas. Estes, trabalharam com os alunos recortes de jornais para auxiliar na compreensão e distinção os tipos o que facilitou a assimilação daqueles.
Na segunda parte da oficina, cujo objetivo foi partilhar acertos, dificuldades e trocar experiências, os professores enfatizaram mais uma vez a dificuldade de organizar o material para uma aula diferenciada devido a escassez de recursos. Quanto ao avançando na prática da página 109 da TP3 ao realizarem em sala de aula perceberam a grande dificuldade dos alunos no momento da escrita e na troca com os colegas, no entanto, tiveram muita facilidade na oralidade. A atividade foi divertida e possibilitou trabalhar com a intertextualidade. A partir dessa atividade a discussão e identificação das sequências descritivas foi menos complicada. Destacaram também que a descrição com imagens foi bastante produtiva e prazerosa no momento da realização em sala.
Achei interessante os professores dizerem que a TP3 possibilitou a realização de um trabalho diferenciado porque eles trabalhavam as sequências tipológicas de forma separada e que da forma como propõe o GESTGAR facilitou a aprendizagem dos alunos. “... quando se trabalha com as sequências tipológicas dentro de um mesmo texto fica mais fácil para caracterizar e identificar” (professora Maxcléia, cursista do GESTAR II).
Também foi gratificante ouvir que alguns aplicaram a avaliação diagnóstica de entrada e que gostaram, inclusive, estão utilizando questões no cotidiano de sala de aula. Relataram que o que faz a diferença no GESTAR são as metodologias propostas que ensinam/sugerem como trabalhar os conteúdos e isso eles sentem falta nos demais livros/materiais didáticos, bem como, a possibilidade de reflexão e troca de experiências que se realizam com a formação.
Passamos para a parte II da oficina, neste momento dividi em três grupos e solicitei aos grupos que fizessem a leitura e análise do texto do Jô Soares da página 195 e respondessem às seguintes questões:
1) Leia e analise o texto;
2) Enumere argumentos para que o texto seja considerado um exercício de redação escolar;
3) Enumere argumentos que mostre não se tratar de um exercício escolar.
4) Utilize as seguintes questões como roteiro para a discussão:
a) Pense em outros textos que você conhece bem e compare-os com esse. O que você pode observar de semelhante? O que você pode observar de diferente?
b) Que gênero textual serviu de base para o autor? Por que você acha que ele escolheu esse gênero? Que efeitos ele procurou com essa escolha?
c) Que sequências tipológicas aparecem nesse texto? Destaque duas de cada tipo que você encontrar? Qual é a predominante? Por quê?

Respostas dos grupos referentes às questões propostas:
1- Enquanto gênero, o texto pode ser considerado uma crônica, pois o autor faz uma abordagem de questão social de forma humorística, no caso o fato de o salário mínimo brasileiro ser tão baixo.
2- O terceiro parágrafo e o décimo, pelo uso das palavras: recreio e professora, as correções no uso das maiúsculas trocam de letras b pelo v, folha de caderno e com letra manuscrita. Por se tratar da fala de uma criança e por se referir a professora em dois momentos, inclusive ele fala que espera receber boa nota.
3- Ele retrata, através deste texto, a sua realidade, e geralmente os exercícios abordam assuntos desconhecidos que serão vistos e explicados em sala de aula;
- É um tema pouco abordado em livro didático, por ser um direito previsto na lei;
- O tema não foi discutido anteriormente, deixando o autor livre para expor a sua maneira e de acordo com a vivência do que sabe ou escuta em casa;
-É uma crônica satirizando o salário mínimo;
- O texto produzido por Jô Soares deixa pistas que não é um texto escolar, porque o referido autor normalmente circula em revistas, jornais, livros;
- O narrador utilizou uma linguagem de criança em idade escolar, no entanto, em alguns momentos usam termos que normalmente não está no nível de uma criança;
- O tema é inadequado para esse nível;
4)
a) no texto lido, observamos a ingenuidade da criança em ser direta ao comentar sobre o tema, diferente de uma crônica escrito por outro autor que explorará a questão da subjetividade ao satirizar;
São semelhantes na temática (baixo salário que não supre as necessidades básicas), porém conforme as abordagens diferenciadas;
b) crônica. Pois na crônica podemos expor uma opinião favorável ou não sobre tal assunto. Ele provoca uma reflexão, por ser um tema polêmico e de forma ingênua uma criança mostrou a realidade;
O texto de Jô Soares, o assunto foi abordado sob a visão de uma criança, conforme se percebe na escolha lexical e vocabular;
c) texto humorístico – demonstra infantilidade apesar das marcas de escolaridade. As críticas revelam maturidade e as ironias conhecimentos de assuntos nem sempre dominados por crianças.
c) Quanto a tipologia, predomina o tipo argumentativo, apesar de conter sequências descritivas e narrativas, o autor expõe seu ponto de vista.
Sequência descritiva: “tão pequenininho que cabe até no meu bolso” “Minha avó não é aposentada também, ela é muito velhinha”;
Sequência narrativa: “Lá em casa todo mundo deu risada”;
Sequência argumentativa: “mas eu acho que ele estava brincando, porque quem ganha salário mínimo não tem dinheiro pra comprar revólver”
Alguns professores argumentaram que não se trata de um texto com predominância argumentativa e sim narrativa, pela estrutura como este se apresenta; foi uma ampla discussão em defesa de ambos os posicionamentos, no entanto, não se chegou a um consenso. Decidimos fazer uma releitura e análise do texto em casa e discutir posteriormente.
A discussão citada acima nos serviu de reflexão para repensarmos nossa postura em sala, diante de argumentos dos alunos que às vezes não consideramos legítimo.Para finalizar, avaliamos o encontro como produtivo e positivo e, constatamos que temos muito a aprender, para isso, faz-se necessário a atualização constante. Aproveitei a oportunidade e distribuí um texto sobre letramento para leitura em casa.

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