segunda-feira, 1 de março de 2010

2º Relatório do GESTAR II


Iniciei com a leitura da pauta na qual continha os objetivos do encontro que era o de “oportunizar momentos de reflexões, de sistematização e transposição didática para os conceitos trabalhados nas unidades 9 e 10”. Seguida da leitura de fruição: O casamento e o divórcio da lagartixa do autor Leandro Gomes de Barros.
Às 14 horas e 20 minutos passei para a Parte I – onde os professores deveriam tecer comentários, expor opiniões e dificuldades quanto aos assuntos e atividades das unidades 9 e 10. Comecei fazendo alguns questionamentos, tais como:
1. É fácil identificar todo tipo de texto? Depende de quê?
2. Por que nossos alunos têm tanta dificuldade para identificar os gêneros e perceber as diferenças na organização dos textos?
3. Quando realizamos atividades mecânicas como cópias de textos/histórias, tem alguma relevância para a aprendizagem deles?
4. Por que não conseguimos fazer com que os alunos assimilem os gêneros textuais?
5. Por que é tão difícil escrever se oralmente expressamos textos e frases com fluência?

Após um breve debate concluímos conforme prescrito nas páginas 29 e 40 do TP3 – sobre as escolhas lingüísticas que fazemos no momento de construção de um texto seja oral ou escrito. Estas escolhas dependem de hábitos culturalmente construídos e as determinações históricas.
Alguns gêneros admitem flexibilidade e outros dependendo da situação de comunicação admitem uma certa mistura. É o conhecimento de mundo de cada indivíduo que possibilita a identificação dos gêneros e a competência sociocomunicativa permite-nos perceber as diferenças na organização dos textos; portanto, devemos ensinar na escola competências e habilidades que propiciem aos alunos a intimidade com os gêneros.
É preciso deixá-los “transitar entre as diferentes estruturas e funções dos textos e escritores” Beth Marcuschi, Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Nós educadores devemos apresentar os textos aos alunos em seu suporte, fazendo-os passarem pelas funções enunciativas do texto: ouvinte, leitor e escritor.
Na parte II – Relato de experiência; momento dos professores partilharem seus acertos e dificuldades e entregar relato por escrito. Determinei um tempo mínimo de 3 minutos para cada professor, que com base nas seguintes perguntas expuseram o trabalho realizado em sala:
1. Como você planejou a atividade?
2. Que dificuldades teóricas encontrou?
3. Que dificuldades de aplicação encontrou?
4. Que soluções encontrou para essa dificuldades?
5. A que resultados positivos você e seus alunos chegaram?
6. Como você avalia o alcance de seus objetivos?
7. Você teve oportunidade de discutir essa prática com seus colegas ou com seu coordenador? Como vocês avaliaram os resultados?

Síntese dos relatos:

· O conteúdo proposto no GESTAR II se assemelha a alguns livros didáticos que já trabalham de forma renovada e numa perspectiva sociointercionista;
· É preciso mais clareza nos comandos do avançado na prática;
· Dificuldade dos alunos em transpor para o papel, mais facilidade na oralidade;
· Dificuldade na organização do texto como: pontuação, acentuação, ortografia;
· Criatividade dos alunos na produção de cordéis (associando à realidade deles, elaboração de cartazes, etc);
· Dificuldade dos alunos em:
- Selecionar o gênero para produção de outro;
- Transpor de um gênero para outro;
- Refacção dos textos;
· Dispersão da turma;
· Roda de conversas – foram marcantes;
· Debates positivos sobre: preconceitos, tipos de trabalho, etc;
· Dificuldades dos alunos em ler pequenos textos; a leitura deve ser trabalhada como conteúdo;
· Alunos com idéias mais articuladas na produção de textos, isso devido terem discutido o tema antes, possuíam mais informações na hora da produção.

Percebi que a maioria dos professores trabalhou com o gênero Biografia e cada um o apresentou com uma abordagem diferenciada.
Os gêneros: conto, jornal, cordel, receita, artigo, poema, horóscopo, jogo, propaganda e música também foram trabalhados. Os professores foram unânimes em dizer que foi uma aula prazerosa e os alunos demonstraram bastante interesse, participando dos debates, das conversas informais e das pesquisas propostas, contudo, a dificuldade em transpor para o papel é a grande vilã da história, talvez porque sejam necessárias aulas mais dinâmicas onde a produção escrita seja uma atividade constante.
Alguns colegas não fizeram o avançando na prática; relataram experiências anteriores, ouvi-as com atenção, no entanto, falei da importância em realizar o proposto no GESTAR II, para a efetivação e conclusão do curso.
Às 15 horas e 30 minutos – passamos para a parte III – Atividades Coletiva – Transposição Didática, com o propósito de Planejar atividades de leitura, interpretação e produção de textos visando à análise, caracterização e classificação dos gêneros textuais. Dividi a turma em 5 (cinco) grupos e deixei-os livres para escolherem entre o Texto 1 – Poema tirado de uma notícia de jornal de Manual Bandeira e Texto 2 – Bom dia, canção de Gilberto Gil e Nana Caymme.
Antes dos grupos se reunirem enfatizei sobre a importância da possibilidade de escolha e do gênero poético em nossas vidas; ressaltando que 1 – Poesia não se restringe aos livros clássicos, tem suas versões mais acessíveis; 2 – Deveriam levar em consideração que são diferentes manifestações do gênero poético e que eram para elaborar exercícios de leitura, interpretação e produção de texto; 3 – Os exercícios deviam focalizar tanto a estrutura formal do texto quanto seu conteúdo informacional; 4 – Respeitassem o nível de maturidade lingüística dos alunos (vocabulário adequado); 5 – Vincular o tema à realidade e 6 – Poderiam utilizar outros recursos didáticos (aparelho de som, etc.).
Após discussão e construção coletiva nos grupos, estes apresentaram os resultados, propondo as seguintes atividades:
Grupo 1 – Fizeram opção pelo texto 1 – propuseram promover paralelo com texto não-literário (ênfase na função referencial); trabalhar a estrutura do enredo; critérios gramaticais como: conjunções, tempos verbais e etc.; dar ênfase na função poética e transformar o texto em crônica.
Grupo 2 – Trabalharam o texto 1 - ênfase na leitura, compreensão, reflexão e produção de texto; tipologia textual (narração); elementos da narrativa; gênero: poema e estrutura formal.
Grupo 3 – Optaram pelo texto 2 – leitura silenciosa e individual do texto; divisão do texto em refrão e corpo (outros versos); cantar a música acompanhada do CD/DVD; comentários sobre a canção; propor questões direcionadas para que os alunos percebam a temática, estrutura formal (característica do gênero), elementos próprios do texto musicado (melodia,sonoridade, ritmo, entonação,etc.); produção de texto: ilustrar graficamente por meio de colagem (cotidiano do aluno ou outro contexto), produzir texto em prosa (tipo narrativo em 3ª pessoa, crônica, artigo, etc.) e pesquisa de campo sobre trabalho infantil e a construção de gráficos dos dados coletados para expor em sala. Produção escrita em versos.
Grupo 4 – Texto 1 – leitura individual e silenciosa (contato pessoal); leitura oral e coletiva; escuta do texto, interpretação do texto (exposição e comentários orais, com destaque para os elementos da narrativa); reflexão crítica do desfecho do texto; Produção de texto (reescrita do poema mudando o desfecho do texto, produzir narrativa inserindo informações novas mantendo as ações do texto).
Grupo 5 – Texto1- sondar os conhecimentos dos alunos sobre o autor; leitura da biografia do autor; leitura do poema em voz alta; dar informações sobre as localidades apresentadas no texto; propor questões orais de interpretação; relembrar e relatar tragédias cotidianas; dividir a turma em 3 grupos e sortear 3 oficinas: teatro,paródia e ilustrações.
Após a apresentação dos grupos pedi que comentassem sobre a relação que há entre gêneros e tipos textuais. Apenas elencaram alguns tipos como: narrativo, descritivo e dissertativo. Para uma leitura complementar distribui texto de: Silvio Ribeiro sobre Tipologias Textuais e Gêneros.
Para encerrar a oficina entreguei a Avaliação Diagnóstica de Entrada e fiz a leitura da carta da Maria do Pilar – Secretária de Educação Básica, seguida de uma ficha de avaliação do encontro com os seguintes itens:
1. Os objetivos foram atingidos?
2. Quanto às estratégias e atividades propostas o que tem a dizer?
3. Pontos a melhorar.
4. Sugestões.

No geral, responderam que os objetivos foram alcançados e que a troca de experiências, as estratégias e as atividades propostas auxiliam o educador na sua prática pedagógica.
Percebi que os professores relataram suas experiências de forma descontraída e sem medo de expor o seu fazer pedagógico, uma vez que tiveram liberdade para refletir sobre sua prática em sala de aula e ao mesmo tempo trocar “figurinhas” com os colegas.

Relato dos professores:

· As estratégias são boas, pois aguça o gosto pela leitura, além de propiciar o trabalho em grupo.
· A estratégia usada foi descontraída dando liberdade ao grupo para expor as atividades desenvolvidas, destacando as facilidades e dificuldades encontradas. As atividades propostas foram importantes, pois proporcionaram o fechamento do trabalho inicial.
· Eu pude reconhecer o potencial dos meus alunos.
· Executar um plano de aula com eficácia.
· Trabalhar os gêneros de forma bem diversificada e dinâmica.
· Continue Assim!!!


Aprender é um exercício constante de renovação.
Paulo Freire

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